Ataques pessoais assustam, tornam a campanha pesada e ofusca a discussão de políticas públicas? Sim! Mas José Serra não pode dispensá-los. Essa é sua única chance.
O motivo é simples. A estabilidade econômica e o nível de empregos no Brasil geram uma sensação de bem estar na população que favorece o discurso da continuidade.
No entanto, para Dilma usufruir desse enorme desejo de manutenção dos status quo, é necessário que ela exiba dois atributos. O primeiro é a identificação com o governo que está terminando. Isso ela tem e ninguém questionou.
O segundo atributo é credibilidade. Aí que mora o problema. As Erenices da vida e a posição dúbia em questões conservadoras como o aborto corroeram (justa ou injustamente) exatamente a crença das pessoas na capacidade e coerência da candidata petista.
Serra tentará explorar isso o máximo que conseguir. Seu público alvo não são apenas os indecisos (que somam percentual insuficiente para permitir uma virada), mas eleitores de Dilma de pouca convicção. Para Serra, a partir de agora, tudo é pessoal.
Para não ficar nas cordas, o núcleo de estratégia do PT resolveu abandonar o clima de paz e amor e tratou de por Serra na defensiva. A revelação do tal Paulo Preto foi um golpe importante e, ao que tudo indica, ajudou a frear a ascenção do tucano. Além disso, "soltaram a coleira" de Dilma e ela foi liberada para atacar nos debates.
O jogo ficou franco. Não é uma campanha bonita de fazer nem da qual é possível se orgulhar. Mas faz parte, existe e está aí.
21 outubro 2010
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