30 novembro 2009

A crise política do governo do DF!

Os escândalos de corrupção que atingiram o coração do governo do DF abriram a maior crise política da nossa história. Todos os poderes estão envolvidos em uma teia de pagamentos que envolve empresários, deputados distritais e secretários, além do próprio governador e do seu vice.

A primeira reação do governo foi um “silêncio ensurdecedor”. O governador e sua assessoria claramente não estavam preparados para enfrentar essas denúncias, apesar de boatos sobre esses vídeos estarem correndo a cidade há algum tempo.

A segunda reação foi de vincular o dinheiro recebido a gastos de campanha de 2006, utilizado para comprar panetones. A estratégia é totalmente equivocada. Indiretamente, o governador confessou crime eleitoral e abriu o flanco para ser cassado no âmbito do TSE.

O terceiro ato envolveu a escolha do secretário de Ordem Pública do DF, Roberto Giffone, para trabalhar como interlocutor do governo. Outro erro. Giffone é um dos denunciados e não possui credibilidade para trabalhar como porta voz, especialmente em momentos de crise.

O que pesa a favor da permanência do governador é a falta de condições institucionais para a realização do julgamento de Arruda. A Câmara Legislativa está profundamente envolvida nas denúncias, a começar pelo seu presidente, Leonardo Prudente. É difícil saber quantos deputados estão comprometidos pelos escândalos.

Além disso, a apuração interna contra os deputados Leonardo Prudente, Rogério Ulysses, Júnior Brunelli e Eurides Brito já é suficiente para consumir todo o tempo da casa...

Entra em cena a necessidade de mobilização das instituições da sociedade civil (universidade incluída). A Ordem dos Advogados do Brasil possui uma excelente oportunidade de resgatar seu papel histórico. As entidades estudantis podem ser o fiel da balança no processo mobilização política da sociedade brasiliense.

Quem ganha e quem perde com todo esse processo? Não há como saber. Entretanto, é possível afirmar que o escândalo possui ampla capacidade de desorganizar e dividir os grupos políticos do DF. Não há mais base governista ou oposicionista. Em um naufrágio dessas proporções, a classe política torna-se um enorme “salve-se quem puder”.

Muitos políticos de peso podem ser expulsos de seus partidos e ficarem impedidos de se candidatarem em 2010. Também é difícil imaginar que Arruda deixe o governo sem causar danos à candidatura de Roriz (certamente, ele deve estar reunindo condições para isso...). O próprio Roriz possui um processo de cassação de direitos políticos inconcluso no TSE...

É possível que a pré-candidatura de Agnelo Queiroz ganhe força. Os políticos feridos de morte nesse escândalo também deverão ser substituídos por outros nomes não muito badalados, como o do deputado Reguffe. O cenário de terra arrasada criado pelas denúncias também pode abrir caminho para um “outsider”, ou seja, para alguém que ainda não esteja ligado à política e possa aproveitar a insatisfação existente e desbancar outros candidatos tradicionais.

Ao final, todos nós perdemos. Os vídeos e gravações continuarão repercutindo geração após geração, destruindo a confiança das pessoas nas instituições e impedindo que bons cidadãos resolvem se dedicar à política. Esse será o maior legado de Arruda para a população de Brasília...

26 novembro 2009

Lula: a eminência parda de 2010!

Análise rápida!

Fala-se que as eleições presidenciais do ano que vem serão as primeiras sem a participação de Lula! Será mesmo? É certo que ele não poderá ser candidato, mas isso não significa que ele estará ausente do processo eleitoral.

Há dois motivos para que sua participação seja intensa:

Primeiro, é o seu legado que estará em jogo, e os marketerios da candidatura governista investirão fortemente nisso. A idéia é fazer de 2010 uma eleição plebiscitária! Algo do tipo: vote Dilma se você tem gratidão ou reconhecimento por tudo que Lula fez pelo país!

Segundo, a provável candidata à sua sucessão é obra sua, criação exclusiva do presidente Lula, sem o aval e a sustentação do PT. Pesquisa realizada no Congresso Nacional no ano passado mostrava que menos de 20% dos parlamentares petistas acreditavam que Dilma seria a candidata do partido.

Lula é o responsável pela sustentabilidade de Dilma frente seus adversários e seus aliados. Por isso, o presidente será a grande “eminência parda” das eleições de 2010.

25 novembro 2009

Desencontros entre Lula e Tarso Genro...

JORNAL DO BRASIL - RJ - 09/20/2311

O presidente em seu labirinto (Vasconcelo Quadros)

Pivô da crise gerada pela concessão de refúgio ao ativista, o ministro Tarso Genro abriu o flanco. Mais que uma difícil decisão política jogada no colo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o destino do ativista Cesare Battisti tem combustível para gerar conflitos de todos os gêneros.

- Era uma questão marginal, mas o ministro Tarso Genro (Justiça) abriu o flanco. Virou uma bombarelógio, uma cilada política - diz o cientista político Leonardo Barreto, ao se referir ao voto de minerva proferido em duas ocasiões pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Numa delas, derrubando o refúgio político e, na outra, transferindo a Lula a última palavra sobre o caso.

O Caso Battisti se transformou num impasse político, ideológico, jurídico e diplomático. Na hipótese que parece menos desgastante - a confirmação da extradição - o presidente não apenas desautorizaria seu ministro da Justiça num tema exaustivamente discutido com ele, como também teria de enfrentar uma crise interna no governo e em seu próprio partido. - O Gilmar Mendes foi maquiavélico, mas foi no ponto - acrescenta Barreto. Lula está num labirinto. Se optar por restabelecer o refúgio ou conceder asilo político, seria a primeira vez que um presidente da República tomaria posição na contramão do STF em matéria de extradição.

- O ato de concessão do refúgio é privativo do presidente e do ministro. O Tarso Genro tomou uma decisão bem fundamentada. É um caso político. O presidente deve optar pela concessão de refúgio, pondo um ponto final no assunto. É um ato de soberania - afirma o presidente do Instituto dos Advogados do Brasil (IAB), Henrique Maués, contrariando as especulações sobre uma possível crise entre o Executivo e o Supremo.

- Essa é a decisão mais difícil ao longo dos oito anos de mandato de Lula - reconhece o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), francamente favorável ao refúgio político. Suplicy lembra que embora haja receio de uma crise internacional, o governo italiano não com tanta intensidade quando Battisti foi acolhido na França no governo de François Mitterrand. E nem quando o atual presidente, Nicolas Sarkozy negou extradição de Marina Petrella, das Brigadas Vermelhas, contrariando o primeiro ministro, Silvio Berlusconi, lembra o senador. - Lula não pode tomar uma posição diferente do ministro. Espero que ele não siga a corrente neofacista que está dominando o mundo hoje - diz a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenelle, ex-PT, militante dos direitos humanos e principal articuladora da campanha que convenceu Genro a conceder o refúgio derrubado pelo STF.

O encontro entre os dois ocorreu no dia 10 de dezembro do ano passado, durante a Conferência dos Direitos Humanos, em Brasília. Genro ouviu os ativistas, esperou o Conselho Nacional para os Refugiados se manifestar - o órgão negou o pedido de refúgio - e dias depois avocou o caso, comprando a briga dentro e fora do governo. Cubanos Não é a primeira vez que esse gaúcho se envolve em polêmica. Militante de organização armada na juventude, Genro levou para a Esplanada o contraponto ideológico à ala conservadora que apoia Lula. Em julho de 2007, foi acusado pela oposição e boa parte dos articulistas de ter feito o jogo de Fidel Castro, no episódio dos boxeadores Guilhermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que abandonaram a delegação cubana durante os Jogos Pan-Americanos no Rio e, localizados pela Polícia Federal 12 dias depois, foram mandados de volta à "Ilha". Mais tarde os próprios atletas disseram que a Polícia Federal ofereceu a eles a alternativa de refúgio no Brasil, mas as dúvidas permaneceram e ainda hoje Genro é criticado como um ministro que adota dois pesos e duas medidas.

Na Esplanada são frequentes as declarações de Genro cobrando de seus próprios colegas esclarecimento sobre os desaparecidos políticos. É dele o entendimento de que os agentes da repressão que participaram de tortura nos porões não estão cobertos pela Lei da Anistia de 1979, uma outra polêmica que o colocará no lado oposto da maioria dos ministros do STF, entre os quais, o recentemente empossado José Antonio Dias Toffoli, indicado pelo presidente Lula. A tese foi encampada pela Ordem dos Advogados do Brasil, que entrou com uma ação no STF, cujo julgamento deverá ser marcado em breve.

Candidato ao governo do Rio Grande do Sul, o ministro afirma que essas questões estão relacionadas a princípios fundamentais não vinculados ao cargo que ocupa, à pretensão política ou a agenda eleitoral. Suas posições podem ser indiferentes ao eleitorado e alvo de críticas disparadas pelos chamados formadores de opinião. Mas agradam uma boa parte do PT e a esquerda esparramada pelos partidos da base e na oposição. Genro é uma espécie de grilo falante de Lula. - Ele não é ministro dele mesmo. Jamais adotaria uma atitude isolada do presidente - diz Fontenelle. Genro é o ministro dos temas polêmicos que têm marcado o governo do presidente Lula

20 novembro 2009

Brasília sem nós!


Brasília sem nós!


Em tempos de crise ambiental, muitos se perguntam: o planeta resistirá à destruição promovida pelo homem? A resposta é sim! Nós é que não agüentaremos muito tempo. Somos eu e voe que caminhamos par a extinção. A natureza recuperaria seu velho equilíbrio muito rapidamente.

E como seria Brasília sem nós? Além das ruínas, nosso maior legado seria um enorme brejo. A corrosão do aço utilizado nas estruturas da barragem do Paranoá causaria seu rompimento, transformando o espelho d’água em pântano. Bom para os jacarés, cobras e buritis.

As árvores “alienígenas” trazidas pelos urbanistas sucumbiriam nas seguidas tempestades de outubro. Os elefantes conseguiriam escapar do zoológico e teriam grandes chances de dominarem os espaços abertos da antiga Esplanadas. As piscinas da Água Mineral se tornariam lagoas convidativas para a bicharada matar a sede de agosto...

A paisagem selvagem parece promissora, mas leva a uma dúvida. Nós faríamos alguma falta? Acredito que sim. Alguém consegue imaginar desperdício maior do quê ipês floridos sem ninguém para admirá-los ou um pôr do sol daqueles sem um casalzinho de namorados para observá-lo?

Sim, somos parte da paisagem. Apenas existem responsabilidades e papéis que ainda nos furtamos de assumir. Além de consumidores de recursos naturais, temos que utilizar nossa capacidade criativa para construir um novo paradigma de sustentabilidade para o planeta. Só aí poderemos dizer que encontramos nosso lugar no mundo!

*Artigo inspirado no livro O Mundo sem Nós, de Alan Weisman (editora Planeta).

19 novembro 2009

Análise muito interessante sobre o Bolsa Família!


1. Fernando Dantas publicou no ESP os resultados de um estudo recente sobre os impactos do programa Bolsa Família na economia. A conclusão do trabalho é que, o acréscimo no valor dos benefícios pagos, entre 2005 e 2006, de RS 1,8 bilhão, resultou num crescimento adicional do PIB, no período, de R$ 43,1 bilhões. Resultou também em receitas tributárias adicionais de R$ 12,6 bilhões. “O ganho tributário”, escreveu Dantas, “é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo Bolsa Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões. Esses cálculos foram feitos pelo economista Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o antigo Ibmec-São Paulo, que também é professor na Faculdade de Economia da USP.

2. Não é novidade que programas bem focados de transferência de renda, como é o caso do Bolsa Família, produzem relevantes efeitos multiplicadores no conjunto da economia. Segundo as estimativas de Menezes, um aumento de 10% no repasse médio per capita do Bolsa Família leva a uma expansão de 0,6% do PIB, no ano em que ocorre o aumento e no seguinte. Em outras palavras, ou melhor, em outros números, cada R$ 0,04 do Bolsa Família aumenta o PIB em R$ 1. O setor mais positivamente impactado é o da indústria. Enquanto no PIB agrícola cada 10% a mais nos repasses do Bolsa Família não apresenta impactos significativos, o efeito nos serviços é de 0,19% no PIB setorial. No PIB industrial, onde o impacto é maior, efeito multiplicador de cada 10% adicionais nos repasses do programa atinge expressivos 0,81%.

(retirado do blog do César Maia)

18 novembro 2009

Mapa mundial da percepção da corrupção!



Vale uma nota sobre o estudo (no qual o Brasil ocupa a posição 75): ele não leva em conta os casos de corrupção, mas se a população percebe seu país, instituições, autoridades e concidadãos como mais ou menos suscetíveis à corrupção. Normalmente, essa pesquisa se realiza com levantamentos de opinião pública.

Lançamento de livro!

17 novembro 2009

Ainda sobre 1989!


A eleição de 1989 era uma incógnita. Até para a imprensa especializada, que acompanhava o dia-a-dia da política nacional. Veja parte desse depoimento de Rudolfo Lago, retirado do site Congresso em Foco. A cobertura era definida e redefinida na medida em a conjuntura se transformava.

"Minha presença em Democracia naquele segundo turno era um produto do caminho surpreendente que aquela eleição tomou. Quando a cobertura da campanha foi idealizada no início de 1989 ninguém apostaria que os dois nomes no segundo turno seriam Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva. Três redações do Estadão se envolveriam diretamente na cobertura: São Paulo, Brasília e Rio. A escolha dos repórteres de cada sucursal se daria de acordo com o local que cada candidato usaria de base para a sua campanha. Os principais candidatos teriam dois repórteres colados neles aonde quer que fossem. No começo da campanha, Collor não era sequer um dos candidatos que teria esse acompanhamento direto. Ele, junto com os menores, ganharia cobertura eventual. Brasíla cobriria Ulysses Guimarães e Aureliano Chaves. São Paulo cobriria Lula, Mário Covas e Paulo Maluf. O Rio cobriria Leonel Brizola.

Eu, inicialmente, fiquei com a responsabilidade de cobrir Aureliano. Alguns meses depois, se percebeu que a campanha do vice-presidente de João Figueiredo pelo PFL não iria a lugar nenhum. Ganhei a inimizade de Aureliano, que não aceitava a profusão de matérias que o Estadão fazia mostrando as mazelas da sua fraca campanha. Quando relatei que o apelido de Aureliano em algumas parcelas do PFL era “Dumbo” (pesadão, achava que podia voar), um assessor dele ameaçou me bater. Somente quando Marcondes Gadelha, Edison Lobão e Hugo Napoleão o abandonaram no caminho para tentar a aventura de fazer de Sílvio Santos candidato a presidente é que Aureliano percebeu que eu não era assim tão injusto com ele.

Após o episódio Sílvio Santos, o quadro eleitoral já exigia um novo desenho de cobertura. Aureliano era um dos “nanicos” que merecia apenas cobertura eventual. E Collor precisava de acompanhamento diário. As peças mudaram de lugar, e eu saí de Aureliano para acompanhar um outro fracasso: a candidatura de Ulysses Guimarães. Na verdade, ali vislumbrava-se o embrião do que viria a se tornar o PMDB: uma reunião de caciques regionais, com interesses apenas estaduais, sem uma unidade capaz de conduzir a bom termo uma campanha presidencial.

A campanha de Ulysses era uma sucessão de rusgas e brigas. Ulysses e seu vice, Waldir Pires, discordavam em quase tudo. As desavenças entre eles refletiam-se em cada setor, na sala de cada assessor. A turma de Ulysses trabalhava para Ulysses, a turma de Waldir trabalhava para Waldir. E, nos estados, os caciques, como Orestes Quércia, em São Paulo, trabalhavam para eles mesmos."

16 novembro 2009

Vinte anos das eleições presidenciais de 89!

Análise rápida...

Ontem completaram-se 20 anos da primeira eleição presidencial livre no Brasil desde o pleito que escolhe Jânio Quadros, em 1960. O episódio encerrou a transição democrática brasileira, a mais longa entre todos os países da America Latina (iniciou-se 21 anos antes, com a revogação do AI 5).

O primeiro presidente eleito foi Fernando Collor. Muitos afirmam que sua vitória se deu pelo fato do governador alagoano ter sido o primeiro candidato a utilizar uma estrutura profissional de campanha (marketing, TV, pesquisas), além do apoio da grande mídia.

Certamente, isso é verdade (afinal, uma eleição se explica por uma conjunção de vários fatores...). Entretanto, não podemos deixar de considerar que, talvez, Collor era o melhor candidato. Claro que isso não significa que ele seria o melhor presidente (como não foi).




No último debate, Collor fez uma leitura sobre a crise de financiamento do Estado que, no final as contas, é a mesma que levou ao plano real... Enquanto isso, Lula falava de fiscalização e de criação de um estado policialesco contra os empresários (tudo era problema de sonegação).

Vale a pena assistir novamente ao debate (a íntegra está no You Tube) e avaliar. Quem era o melhor candidato?

13 novembro 2009

Peça da campanha do presidenciável "Marronzinho"!


Reparem no cachorro latindo ao fundo e no slogan de Marronzinho: "pobre vota em pobre". Certamente, a campanha presidencial de 1989 foi a mais românica de todas.

12 novembro 2009

Desmitificando a China!

A China está se tornando (ou já se tornou) a segunda potência mundial. Entretanto, sabe-se muito pouco sobre ela, especialmente sobre os processos decisórios internos.

A revistas NEWSWEEK (26 de outubro) abordou o tema e apresentou alguns mitos relacionados à realidade chinesa que engana os especialistas mundo afora, reproduzidos abaixo.

1. O partido comunista é coeso e monolítico!

Segundo o articulista, existe uma divisão interna no partido que contrapõe “ruralistas populistas” e defensores da priorização do crescimento urbano. Os primeiros são favoráveis à diminuição do ritmo de crescimento do país e uma distribuição de renda maior nos setores empobrecidos da sociedade, localizados no interior do país. O presidente Hu Jintao faz parte desse grupo. Os segundos englobam as elites urbanas lideradas por Shangai que deseja maior liberdade de mercado, suporte para empreendedores privados e altas taxas de crescimento.

2. 2. O capitalismo está florescendo na China!

Parcialmente verdadeiro. O número de empresas privadas pulou de 20 milhões para 40 milhões nos últimos 18 anos. Entretanto, as empresas estatais continuam recebendo muitos privilégios como acesso facilitado ao crédito. De acordo com a revista, o setor privado cresce em torno de 10% ao ano. Os setores da economia monopolizado por estatais crescem entre 20 e 50%. Ou seja, a China nunca terá uma economia de mercado no sentido clássico do termo.

3. 3. A China é uma economia direcionada para a exportação!

Mais ou menos. Se isso fosse verdade, como explicar que as exportações do país tenha caído 20 % em 2009 e a economia crescido 8%? O consumo das famílias pode ser utilizado como fator explicativo do crescimento, pois houve uma aumento de oferta de crédito na rodem de 32% para a classe média chinesa. Outra variável são os gastos do Estado, principal locomotiva do país...

4. 4. As companhias chinesas estão comprando empresas no mundo inteiro!

De acordo com a reportagem, essa política de compras se restringe a alguns setores (mineração e petróleo) e empresas baratas localizadas em países em desenvolvimento. As marcas globais permanecem intocadas.

5. 5. A China coloca o dinheiro na frente do meio ambiente!

Os chineses perceberam que eles serão os mais atingidos pelas mudanças climáticas. Dessa forma, o Estado está oferecendo fortes subsídios para o desenvolvimento de tecnologias limpas. Eles são líderes pesquisas em energia solar e até 2020 serão o país que mais investe em tecnologia verde (U$ 218 bi).

10 novembro 2009

Aécio Neves no ataque!

Opiniões e visão de Estado do governador mineiro Aécio Neves. Trechos retirados de uma palestra feita a 500 empresários paulistas (extraído do blog do César Maia).

1. O atual governo (Lula) representa um retrocesso administrativo. Há uma cooptação dos movimentos sociais e das centrais sindicais e improvisação em programas públicos. Não podemos inflar expectativas com programas feitos de improviso. O alargamento dos gastos do governo federal será o maior problema para o próximo governo. Não é um julgamento do governo Lula, mas é o futuro que virá, para alguns, apesar de Lula, e para outros, por causa dele. Os movimentos sociais e os sindicatos não devem pensar que serão perseguidos em um virtual governo tucano.

2. Tenho colocado meu nome à disposição do partido para uma construção diferente daquela que está sendo proposta hoje, que ajude a fugir da armadilha da eleição plebiscitária que nos tem sido colocada, atraindo até mesmo algumas forças que hoje estão próximas do governo, mas não necessariamente estarão no apoio de uma candidatura, por exemplo, do PT.

3. Essa possibilidade de ser vice não existe. Não preciso estar numa chapa para apoiar o candidato do PSDB, seja ele o Serra ou outro. Acho que num quadro partidário tão plural como o brasileiro, seria uma certa prepotência um partido achar que pode solitariamente compor uma chapa.

4. Os dois maiores problemas do próximo governo são o aumento dos gastos correntes de forma exagerada, que impedirá o avanço dos investimentos, principalmente em infraestrutura, e a atuação de movimentos sociais. Como disse aqui, quero deixar um alerta em relação à ONGs, sindicatos e a um conjunto de entidades que se aproximaram do Estado, que participam da gestão, algumas delas financiadas pelo Estado. É preciso que haja uma transição, que elas não nos vejam como inimigos, mas que podem ter com o Estado uma relação mais orgânica, mais republicana e mais transparente.

5. A relação federativa tem que ser apartidária para que não submeta os governantes a programas federais impostos pelo poder financeiro-fiscal, com o uso de palanque em eventos de rotina, como se fizessem parte do programa federal e da generosidade de um só dirigente. A oposição não tem dúvida de que não estará enfrentando o candidato de um partido apenas, mas um partido e um candidato que se confundem com o próprio Estado. A reação de todo esse conjunto corporativo a uma eventual derrota eleitoral do candidato(a) do governo, pode produzir o estressamento das relações com o novo governo de oposição, uma espécie de inconformismo no primeiro momento.

09 novembro 2009

Agenda de discussão - eleições DF 2010!

Análise Rápida...

Um tema que certamente estará presente nas eleições gerais do ano que vem é a incorporação do entorno ao território do Distrito Federal. A questão veio à tona pela proposta do presidente da Codeplan, Rogério Rosso.

Posteriormente, o IBGE anunciou estudo sobre a fronteira DF/Goiás afirmando que o desenho atual está equivocado e a cidade goiana de Valparaíso pertence, na verdade, aos candangos.

Por fim, o ex-governador Roriz, em entrevista recente, afirmou que um dos seus carros-chefe de campanha será o aumento do território do DF em até três vezes, obedecendo a demarcação original feita pela missão Cruls (primeira expedição de exploradores com o objetivo de escolher o local da nova capital, feita ainda no séc. XIX).

Há pelos menos três entreves importantes para essa decisão: 1) trata-se matéria constitucional que exigiria, muito provavelmente, a realização de plebiscitos em ambos os estados; 2) caso fossem incorporados, esses municípios teriam que abrir mão de suas prefeitura e câmara vereadores (desempregando muitos políticos); 3) Por fim, ainda não se sabe se a população do DF vê essa mudança com bons olhos...


04 novembro 2009

As arenas decisórias internacionais!

Segue um raio x dos famosos "Gs", ou grupos de países que se reúnem para tomar decisões multi-laterais (extraído do jornal Le Monde).

G2 : China e Estados Unidos

G5: após a rodada da OMC em Cancún (2003), Brasil, Índia e África do Sul assinaram acordo de parceria. Mais tarde, o grupo incorporou México e China.

G8: reúne as economias mais poderosas do mundo. O grupo foi formado inicialmente com 6 países (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália). Em 1975 incluiu o Canadá e em 1998 aceitou a Rússia.

G20: Além dos Estados do G8, inclui Brasil, África do Sul, Índia, China, Coréia do Sul, Austrália, Arábia Saudita, Argentina, Turquia, Indonésia, México e União Européia. Começou a reunir os chefes de Estados desses países a partir de 2008.

G77: Coalizão de países em desenvolvimento formada a partir de 1964. Na verdade, conta atualmente com 130 membros.

Sinal amarelo para Obama!

Análise rápida...

A política nos Estados Unidos é altamente descentralizada/federalizada. Por isso, os estados possuem calendários próprios para escolherem seus governadores e prefeitos. Nesse fim de semana, Obama colheu derrotas importantes, sinalizando que a lua de mel com os eleitores acabou.

O Republicano Bob McDonnell foi eleito governador de Virgínia ontem e o recuperou depois de oito anos de governo Democrata. Em New Jersey -até aqui feudo Democrata- o Republicano Chris Christie derrotou o governador democrata Jon Corzine. Obama participou de ambas as campanhas pessoalmente.

O prefeito de New York (Independente) -Michael Bloomberg- foi re-reeleito. Mas a vitória foi apertada, 51% sobre 46% do democrata William Thompson. As pesquisas davam a Bloomberg uma vitória folgada com 15 a 20 pontos de vantagem.

Vale notar que Obama venceu a eleição presidencial em todos esses lugares... Está certo que cada um desses locais possui uma dinâmica política própria, que não está necessariamente ligada com a Casa Branca. Mas é bom ascender a luz amarela...

Tudo porque as eleições para deputado federal acontecem de dois em dois anos nos Estados Unidos e Obama corre risco de perder sua pequena maioria na Câmara dos Representantes já em 2010, comprometendo grande parte de sua agenda e dificultando sua reeleição.