Brasília sem nós!
Em tempos de crise ambiental, muitos se perguntam: o planeta resistirá à destruição promovida pelo homem? A resposta é sim! Nós é que não agüentaremos muito tempo. Somos eu e voe que caminhamos par a extinção. A natureza recuperaria seu velho equilíbrio muito rapidamente.
E como seria Brasília sem nós? Além das ruínas, nosso maior legado seria um enorme brejo. A corrosão do aço utilizado nas estruturas da barragem do Paranoá causaria seu rompimento, transformando o espelho d’água em pântano. Bom para os jacarés, cobras e buritis.
As árvores “alienígenas” trazidas pelos urbanistas sucumbiriam nas seguidas tempestades de outubro. Os elefantes conseguiriam escapar do zoológico e teriam grandes chances de dominarem os espaços abertos da antiga Esplanadas. As piscinas da Água Mineral se tornariam lagoas convidativas para a bicharada matar a sede de agosto...
A paisagem selvagem parece promissora, mas leva a uma dúvida. Nós faríamos alguma falta? Acredito que sim. Alguém consegue imaginar desperdício maior do quê ipês floridos sem ninguém para admirá-los ou um pôr do sol daqueles sem um casalzinho de namorados para observá-lo?
Sim, somos parte da paisagem. Apenas existem responsabilidades e papéis que ainda nos furtamos de assumir. Além de consumidores de recursos naturais, temos que utilizar nossa capacidade criativa para construir um novo paradigma de sustentabilidade para o planeta. Só aí poderemos dizer que encontramos nosso lugar no mundo!
*Artigo inspirado no livro O Mundo sem Nós, de Alan Weisman (editora Planeta).
2 comentários:
Excelente artigo, Leonardo! A propósito, recomendo-lhe o livro "Ecologia e Espiritismo", de André Trigueiro, editora FEB (Federação Espírita Brasileira). Abraço!
Obrigado, Felipe!
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