O poema de Wladimir Maiakoviski, poeta russo que, oprimido pelo stalinismo se matou em 1930, fez grande sucesso durante a ditadura militar que se instalou no país em 1964. Ele retrata bem a omissão, a alienação do homem enquanto indivíduo diante da opressão e da prepotência dos representantes do estado ditador.
Em pleno século 21, com ditaduras militares fora de moda, convém ao cidadão brasileiro enquanto eleitor, ler e reler Maiakoviski, e no lugar do agente opressor que se vê pisando nosso jardim, veja o político corrupto que começa roubando apenas uma rosa, até chegar ao cinismo descarado como nos mostra a TV, sobre o que ocorre no governo de Brasília. Não podemos deixar que eles nos arranquem a voz e nos transformem em omissos e medrosos. É preciso dar uma chance à ética.
"Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
Pisam as flores, matam nosso cão,
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos lua e, conhecendo nosso medo, arranca-nos avoz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada."
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