Dilma Vana Rousseff nasceu em Belo Horizonte, MG, em 14 de dezembro de 1947 (hoje com 62 anos), filha de Pétar Russév, imigrante búlgaro que chegou ao Brasil no final dos anos 30 (antes da segunda guerra) que faleceu em 1962. Numa viagem à Uberaba, conheceu a fluminense de Nova Friburgo, Dilma Jane Silva e casaram-se, fixando residência em Belo Horizonte. Pétar Russév era industrial e empreiteiro, tendo prestado serviços para a siderúrgica Mannesmann e construído prédios em Belo Horizonte. Antes de imigrar para o Brasil, Russév militou no Partido Comunista Búlgaro.
Dilma fez o curso pré-escola no colégio Isabela Hendrix e em 1955 iniciou o ensino fundamental no colégio Nossa Senhora de Sion. Em 1964, ingressou no colégio estadual central e entrou na POLOP vinculado ao PSB ao lado do futuro deputado tucano José Anibal. Em 1966, foi para a Colina-Comando de Libertação Nacional onde conheceu Cláudio Galeno de Magalhães Linhares com quem se casou em 1967. Cinco anos mais velho, Galeno havia servido no Exército e participou da revolta dos marinheiros em março de 1964 e ficou preso na Ilha das Cobras. Em 1967 e 1968, Dilma cursou Economia na UFMG.
Em janeiro de 1969, um grupo da Colina foi surpreendido pela polícia em Belo Horizonte, mas conseguiu escapar matando dois policiais. Por isso, em março de 1969, Galeno e Dilma foram para o Rio de Janeiro, junto com outro militante da Colina – Fernando Pimentel (futuro prefeito de Belo Horizonte). A organização mandou Galeno para Porto Alegre e Dilma ficou no Rio de Janeiro onde conheceu o gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo (então com 31 anos) e se apaixonou por ele. Ficaram juntos por quase 30 anos.
Araújo era chefe da dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e havia viajado pela América Latina e Cuba, tendo conhecido Fidel Castro e Che Guevara. Em 1969, Araújo tratou de articular a fusão da Colina com a VPR, liderada por Carlos Lamarca. Este teria ficado com a impressão de que Dilma era “metida a intelectual” – por que teria defendido um trabalho político pelas bases e criticou a visão militarista da VPR-Palmares.
Alegam que em junho de 1969, Dilma foi a organizadora do roubo de um cofre que pertencia ao ex-governador de São Paulo, Ademar de Barros, na cidade de Rio de Janeiro, que continha 2,5 milhões de dólares. Esta ação veio a ser a mais rendosa de toda a luta armada daquela época. De acordo com o ex-Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que participou desta ação, Dilma não se envolveu diretamente com o roubo deste cofre.
A VAR-Palmares também planejou o sequestro do então Ministro da Fazenda Delfim Neto em dezembro de 1969. Naquele ano, houve uma divisão entre os grupos militarista e “basista”. Dilma ficou com este e se mudou para São Paulo onde foi presa pela OBAN em janeiro de 1970. Ela foi torturada e condenada a dois anos de prisão. O promotor no caso a chamou da “Joana d’Arc da subversão”. Neste meio tempo, Araújo foi preso em Porto Alegre em agosto de 1970.
Libertada no fim de 1972, e depois de passar um tempo com a família em Belo Horizonte, mudou-se para Porto Alegre onde Araújo foi libertado em julho de 1974. Em 1976, nasceu a sua filha, Paula Rousseff Araújo e em 1977 ela formou se em Economia pela UFRGS. Passou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do governo estadual.
No final de 1977, Dilma foi demitida da FEE, em razão de uma lista de “subversivos” no governo, elaborada pelo então Ministro do Exército, Silvio Frota, que foi demitido pelo presidente Geisel em outubro de 1977. Com isso, Dilma se ingressou na pós-graduação em economia na Unicamp.
Em 1980, Dilma e Araújo participaram da fundação do PDT no Rio Grande do Sul e ele foi eleito deputado estadual em 1982, 1986 e 1990, e Dilma se tornou assessora da bancada na AL-RS. Com a eleição de Alceu Collares para a prefeitura de Porto Alegre em 1985, Dilma foi nomeada Secretária Municipal da Fazenda. Em 1988, ela deixou este posto para trabalhar na campanha de Araújo para a prefeitura de Porto Alegre.
Em 1990, Collares foi eleito Governador do Rio Grande do Sul em coligação com o PSDB e indicou a Dilma para presidir a FEE-RS até 1993, quando ele a nomeou como Secretária de Energia, Minas e Comunicação – por influência de Carlos Araújo e seu grupo. Em 1995, ela retornou à FEE e mais tarde voltou à Unicamp.
Em 1998, Olívio Dutra foi eleito governador com apoio do PDT no segundo turno e a Dilma voltou a ocupar a Secretaria de Minas e Energia. Por ocasião da campanha para a prefeitura de Porto Alegre em 2000, o Presidente Nacional do PDT, Leonel Brizola, rompeu com o PT-RS e lançou Collares contra Tarso Genro (PT). Dilma pressionou para manter a aliança PT-PDT, mas acabou se filiando ao PT e apoiou Tarso Genro que acabou vencendo este pleito.
A partir de 2001, Dilma Rousseff integrou o grupo de trabalho sobre o setor energético que organizava o programa de campanha para Lula em 2002. Para a surpresa de muitos, Lula escolheu Dilma para ser sua Ministra de Minas e Energia ao invés do Prof. Luiz Pinguelli Rosa (que foi para a Eletrobrás).
Dilma ficou quase dois anos e meio à frente do MM&E, tendo assumido o posto chave da Chefia da Casa Civil, quando José Dirceu retornou à Câmara dos Deputados em junho de 2005 para se defender em relação ao escândalo do mensalão. Na sua gestão no MM&E, Dilma se preocupou com a previsão de outro “apagão” em 2009, e travou um embate com a Ministra de Meio Ambiente, Marina Silva para conseguir liberar as licenças para a construção de novas hidroelétricas.
O presidente Lula havia percebido que no MM&E Dilma fazia as coisas andarem. De acordo com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), quando a Dilma assumiu a pasta, “a seriedade se impôs na Casa Civil”.
Em 2007 e 2008, a imprensa nacional e internacional começou especular sobre a possibilidade da Dilma se candidatar à sucessão de Lula em 2010. Em dezembro de 2008, Lula afirmou que Dilma era a “pessoa mais gabaritada” para lhe suceder. Em 2009 e 2010, Lula passou a visitar muitas obras do PAC e participar de inaugurações em companhia da Chefe da Casa Civil – ao ponto que ele foi multado várias vezes pelo TSE em 2010 por “campanha política antecipada”.
Em abril de 2009, Dilma revelou que estava em tratamento contra um linfoma – câncer no sistema linfático. O tratamento incluiu várias sessões de quimioterapia aplicadas no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. No final de 2009, os médicos confirmaram a sua cura.
No primeiro semestre de 2010, o PT conseguiu firmar uma aliança com o PMDB em apoio à candidatura da Dilma à Presidência da República com o Presidente Nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP) como vice. No final de março, ela se desincompatibilizou da Casa Civil e finalmente a sua candidatura foi confirmada em convenção nacional do PT em 15 de junho de 2010. Na última pesquisa eleitoral da Datafolha divulgada em 2 de julho, ela obteve 38% de aprovação. Em setembro, no auge da campanha, a Dilma vai ser avó.
Um comentário:
Obrigado pelo compentario Leonardo!
É muito importante para mim.Para seguir tem uma opção no blog seguir.Amanha a primeira entrevista com Pedro do Ovo.Abraço!
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