A vitória de Dilma Rousseff voltou a atenção de todos para suas idéias de políticas públicas que nortearão a próxima presidência. De uma maneira geral, pode-se afirmar com boa segurança que ela apresenta três condições que devem marcar seus posicionamentos (i) Dilma tem uma visão pró-mercado e deve privilegiar o modelo de parceiras público privadas para investimentos em infra-estrutura; (ii) Dilma ouve seus conselheiros (os mais próximos são Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardoso), mas decide a partir do seu próprio julgamento; (iii) Dilma não é refém do PT.
A primeira afirmação baseia-se na análise da sua gestão frente ao Ministério de Minas e Energia no primeiro mandato Lula. Toda a expansão do sistema elétrico foi realizado por meio de PPPs, sendo vetado ao Estado possuir mais do que 49% do controle de qualquer investimento (essa regra foi revogada apenas no ano passado). Tudo leva a crer que esse modelo continue sendo replicado.
O segundo ponto foi retirado a partir de entrevistas com assessores e políticos ligados a Dilma. Se, por um lado, Dilma foi fiel às orientações políticas do grupo que a cercaram durante a campanha (essa não era a área dela), ela possui convicções próprias e disposição para segui-las no que toca a questões administrativas e de políticas públicas.
Por fim, Dilma não possui ligações orgânicas com o PT e pode, caso ameaçada, recorrer ao PMDB e aos outros partidos da base (nesse caso, Michel Temer cresceria em importância). Não há indícios de movimentação das bases petistas de criar problemas para Dilma. Caso ela consiga manejar bem a distribuição de espaços políticos entre os partidos da base aliada, o risco dela sofrer com revoltas no front doméstico é pequeno.
Um comentário:
Acho que Dilma vem para fazer as reformas estruturais e antipopulares que Lula não fez com medo de perder popularidade. Prepara o país para o apedeuta voltar.
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