31 maio 2010

A importância das pesquisas e a evolução do período pré-eleitoral!

(A caravana tucana encontrou uma caminho mais difícil do que se imaginava até o Planalto)

1. Partidos utilizam pesquisas para decidirem quem apoiar na corrida presidencial. Três partidos continuam indecisos - PDT, PP e PTB. O ingresso dessas duas últimas legendas no lado tucano é considerado um passo essencial para abastecer a chapa de Serra com tempo de rádio e TV;

2. Financiadores também utilizam pesquisas para decidir quanto e para quem doar. Um desempenho ruim nesse período pode comprometer a saúde financeira da campanha;

3. Por isso PSDB entrou com ação contra o instituto Sensus quando este apontou o empate técnico entre Dilma e Serra ainda em Abril. Com essa estratégia, os tucanos colocaram a pesquisa sob suspeita e conseguiram ganhar 1 mês "extra" na liderança dos números até que os outros institutos apontassem também a igualdade entre os dois principais presidenciáveis (fato que aconteceu apenas em Maio);

4. Foi bastante tempo, mas insuficiente para "amarrar"o PP e o PTB, que agora estão indecisos e vão esperar até o último minuto para formalizarem suas decisões. Esse jogo é para quem tem nervos de aço;

5. Falando em nervos de aço, o comitê de Serra está apontando muito explicitamente que acusou o golpe das pesquisas e vários aliados já exigem do tucano uma postura mais agressiva, abandonando o clima elogioso que ele manteve com o saldo do governo Lula;

6. Na minha avaliação, se Serra atender aos desesperados, começará a enterrar sua campanha. Não há nada que ele possa fazer para reverter a tendência das pesquisas até que começar a horário na TV, apenas trabalho de bastidores e manutenção da calma. Se ele começar a fazer campanha negativa agora e comprar muitas polêmicas (como os ataques malucos à Bolívia), vai criar armadilhas para si próprio e complicar-se para 0 futuro.

25 maio 2010

Pré-análise dos pré-candidatos!!!

Em 1957, o economista americano Anthony Downs publicou um livro clássico da ciência política chamado “Uma teoria econômica da democracia”. Em um modelo simples, Downs afirmava que os eleitores são seres racionais e que escolhem opções políticas que mais se aproximam dos seus interesses, objetivos e preferências. Mais importantes do que os vínculos ideológicos, compartilhamento de valores ou de identidades sociais é o fato de que os cidadãos compreendem que parte significativa do seu bem estar advém da gestão realizada por governos. Dessa forma, eles podem oferecer seu apoio a diferentes grupos, dependendo unicamente de quem representa maiores expectativas de ganhos futuros (aumento da renda de utilidade recebida do governo por cada indivíduo, ou seja, da percepção difusa do fluxo de políticas públicas que lhe é direcionado).

No caso da eleição presidencial brasileira de 2010, o modelo de escolha eleitoral elaborado por Downs pode ser bastante útil aos analistas. O dado mais importante de todo o processo eleitoral é o grau de satisfação da população com o governo Lula. Pesquisas realizadas por todos os institutos de pesquisa mostram incessantemente que o governo atual atingiu seus maiores índices de aprovação em toda a série histórica, iniciada em 2003 (cerca de 80%). Na medida em que as pessoas estão satisfeitas com a administração atual, pode-se supor que elas também estejam positivamente mais sensíveis à sua continuidade. Considerando que os brasileiros sejam racionais e buscam adequar suas ações aos seus objetivos, é palpável afirmar que buscarão uma alternativa eleitoral que mais se aproxime do ideal de continuidade. Nesse sentido, a candidatura de Dilma Rousseff ganha uma força estrondosa.

Seguindo essa lógica, a principal tarefa do núcleo de campanha de Dilma é elaborar estratégias para transformar a aprovação da população em desejo de continuidade. Caso esse estado de espírito seja obtido, bastaria apenas que a candidata do Planalto reunisse principalmente dois atributos: (i) forte identificação com o atual governo e (ii) credibilidade para prometer a manutenção das principais políticas públicas. Dilma Rousseff, principal burocrata do segundo mandato do governo Lula, possui ambas as qualidades necessárias. Ela não apenas é criação pessoal do presidente como dirige o governo há pelo menos quatro anos.

Há exemplos abundantes desse tipo de fenômeno político da continuidade: Márcio Lacerda em Belo Horizonte (apadrinhado de Fernando Pimentel e Aécio Neves), Luiz Paulo Conde no Rio de Janeiro (“criado” por Cesar Maia) e Celso Pitta em São Paulo (“filho” de Maluf). Em todos os casos, escolheu-se um burocrata para dar continuidade à administração exitosa e bem avaliada do mandatário que deixava o cargo.

É importante notar. O poder de transferência de votos não está ligado necessariamente à capacidade pessoal de Lula de persuadir eleitores, mas ao desejo de ver a atual administração tendo continuidade. Na medida em que as pessoas vão identificando a ex-ministra como a candidata do governo e da continuidade, seu índice de intenção de votos subirá naturalmente.

Portanto, é fácil notar que José Serra e Marina Silva encontram-se em um difícil dilema: ambos são candidatos da mudança em um momento histórico no qual as pessoas desejam a continuidade. No caso de Serra, a história lhe é duplamente ingrata, dado que na sua primeira tentativa presidencial (derrotado por Lula em 2002), ele era o candidato da continuidade enquanto os brasileiros queriam mudanças.

Serra já sinalizou o caminho que irá trilhar. Em primeiro lugar, tentará jogar aproveitando os erros oriundos da inexperiência eleitoral de Dilma (que não têm sido poucos). Em segundo lugar, deverá explorar áreas onde o governo federal não goza de boa aprovação, como a saúde e a educação. Resta saber se uma campanha temática/focalizada nesses dois temas possui amplitude suficiente para destronar outra pautada na economia e nos avanços sociais. Por fim, Serra tentará explorar a natureza inorgânica da aliança PT-PMDB, estimulando traições nos estados. Isso pode acontecer em colégios eleitorais importantes como Rio Grande do Sul, Pernambuco e São Paulo.

No caso de Marina Silva, suas fragilidade reside nas facetas contraditórias que permeiam sua imagem. Ela é mulher, ambientalista e evangélica. Uma mistura e tanto. Seu eleitorado “natural” seria composto de ativistas verdes e feministas com perfis bem progressistas. Entretanto, essas pessoas também tendem a ter posição favorável ao aborto, ao casamento gay e outros temas dessa natureza, que passam longe de qualquer candidata evangélica. E agora, como Marina deverá se posicionar? Privilegiar posições progressistas ou conservadoras? Qualquer caminho escolhido implica em abocanhar milhões de eleitores e descartar outros tantos. A favor de Marina pesam sua biografia incrível, o fato da questão ambiental encontrar-se na agenda global e a simpatia da imprensa estrangeira. Lembrem-se que esse último fator foi bastante importante na campanha de Obama (ele chegou a discursar para mais de 250 mil pessoas em um comício improvisado na Alemanha). Mesmo assim, repete-se a pergunta que se faz a Serra: uma campanha temática (meio ambiente) pode fazer frente a uma campanha concentrada em aspectos econômicos e sociais?

Para Downs, a resposta é bastante clara. Se ele pudesse analisar as eleições presidenciais brasileiras, diria que Dilma é favorita. E é mesmo. Pelo menos no que se refere ao período de pré-campanha, que dura até o dia cinco de julho. A partir daí, a propaganda eleitoral de rádio e TV é quem ditará o ritmo.Não se trata de dizer que o jogo zera com o início do horário eleitoral. Isso não acontece. Pelo que tudo indica, Serra e Marina iniciarão suas jornadas atrás de Dilma. No entanto, no período de campanha são introduzidos novos elementos que ainda não estão presentes no momento, como os enfrentamentos pessoais nos debates e a possibilidade de falar mal do adversário (campanha negativa).

Outro autor mais antigo chamado Maquiavel dizia que a política podia ser dividida em duas: uma era previsível e passível de manipulação. Outra era ditada pelo acaso, por aquilo que não podia ser controlado. Com os atuais indicadores de aprovação do governo Lula e a vantagem concreta de Dilma sobre seus adversários, pode-se dizer que, atualmente, a ex-ministra da Casa Civil de Lula possui uma situação mais controlada e administrável. Já as chances de Marina e Serra dependem mais da força do imponderável.

21 maio 2010

Vou dando meus pitacos...


Quase 80% dos brasileiros não conversam sobre eleições.


Por Daniel Bramatti (Estadão)

Os pré-candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estão percorrendo o País em busca da atenção de uma minoria de interessados nas eleições de outubro. A última pesquisa Vox Populi mostrou que, de janeiro para cá, continua estagnada em cerca de 20% a fatia da população que acompanha os desdobramentos da chamada “pré-campanha”.
Nada menos que 78% dos entrevistados responderam que, na semana anterior à pesquisa, não conversaram sobre “política, governo, partidos ou eleições”. Os 22% que tocaram nesses assuntos o fizeram, na maior parte dos casos, com amigos e parentes.


Pessoal: a democracia não é um projeto acabado. Mas um processo de aprendizado que funciona na base da tentativa e erro. O nível de politização do brasileiro, acreditem ou não, está no mesmo patamar de países desenvolvidos. S fizermos um cálculo, 22% de brasileiros falando sobre política, chegaremos ao número de 41,8 milhões de pessoas dialogando, discutindo e consumindo informação política! É muita gente! Uma prova disso é o quanto os meios de comunicação estão investindo nas coberturas eleitorais. Se les fazem isso, é porque a demanda é grande e está crescendo. Se considerarmos que o país possui pouco mais de 20 anos de eleições livres, é um baita avanço.

13 maio 2010

O perigo radicalização excessiva da política!

"O SELO DA INTOLERÂNCIA"! "O EXERCÍCIO HEGEMÔNICO DO PODER"! (do blog do César Maia)

Trechos do artigo do historiador e politólogo argentino, Natalio Botana, no La Nacion (06).

1. A imposição e a intolerância pairam constantemente sobre nossa sociedade. A imposição se refere ao exercício hegemônico do poder. O exemplo mais simples de entender esse conceito de controle do executivo é aquele que diz respeito ao comportamento e à conduta centralizadora dos atuais governantes. Quando se mergulha nas entranhas dos conflitos e harmonias, se poderá advertir que este ânimo imposto, incapaz de entender razões e partilhar outro ponto de vista, impregna todos os tipos de instituições. Desde baixo até o alto, a hegemonia circula por todas as partes.

2. A paixão e a cegueira que estão espalhadas pelo espaço público fabricam inimigos e envolvem o discurso em uma atmosfera de guerra. Sempre voltamos ao processo eleitoral: quem é o inimigo? Como atacá-lo? Qual é o método mais eficaz para a difamação? À vista de tanto círculo vicioso, esta é uma história repetida, amálgama de escrachos, falsificações anônimas e supostos julgamentos populares. No repertório do nosso comportamento existem escrachos bons e escrachos maus, dependendo de quem é o depositário das ações.

3. Mas quase toda a ideologia oprimida com vocação totalitária, quando trata de sair desta situação, busca se tornar opressora. Isto se assemelha perigosamente aos ventos que sopram nestes dias, impulsionado por uma versão elementar de justiça, que como uma máscara, esconde o apetite por vingança. Esse suposto "direito a intolerância", Voltaire classificava como "absurdo e bárbaro". É um jacobinismo adoçado, sem comitês de salvação pública, nem guilhotina, consagrado a converter a trajetória da cada um (até agora tiveram sorte os jornalistas) em um registro policial.

4. Devemos nos perguntar se essa atmosfera contribui para consolidar as instituições do Estado de Direito. Definitivamente não! A causa dos erros e mentiras que são postas em circulação e do equívoco que supõe aplicar um conceito hegemônico da política a uma sociedade fragmentada, diversa em sua estrutura, mas ainda incapaz de transformar essa heterogeneidade em um pluralismo construtivo. A essa tarefa de reconstrução devem destinar-se as oposições, em defesa do valor da tolerância.

Pessoal: eu acho que esse é um texto que só poderia ter sido escrito na Argentina, um lugar onde a política é muito radicalizada e a existência de processos de conciliação entre facções adversárias são extremamente difíceis de acontecer. Nesse caso, o vencedor sempre "leva tudo". Para as políticas públicas, isso é um desastre, pois não há continuidade. Cada mudança de elites gera uma troca de quase todos os atores importantes e uma rejeição de tudo que esteja relacionado com a administração anterior. O resultado é um retrocesso institucional muito grave naquele país. Por isso, temos que zelar para as lutas políticas no Brasil não se acirrem a ponto de fechar canais de diálogo entre vencedores e perdedores.

11 maio 2010

O candango que ficou pelo caminho!

A pergunta que mais se ouviu nos debates que marcaram o cinqüentenário de Brasília foi se, no final das contas, a nova capital havia cumprido seu papel.

Há muitas maneiras de respondê-la, dependendo do que se deseja focar. Mas é inevitável notar que pelo menos uma promessa preciosa foi quebrada durante o caminho: a aproximação definitiva entre o povo e o Estado.

Quando vemos fotos da construção, sempre encontramos os candangos suados cortejados por um JK extremamente elegante. Por mais que o matuto e o político fossem bem diferentes, o fato é que elas se complementavam. Ambos sentiam-se a vontade ao lado do outro. Parecia que havia uma conciliação em curso, representada de forma poética nos canteiros de obra de Brasília.

Infelizmente, não foi essa a imagem que ficou da capital. O golpe militar castrou o sonho brasiliense e consagrou as praças vazias, ao invés da animadas serestas dos peões.

O candango ficou perdido pelo caminho.

10 maio 2010

Outra dica no nosso "painel cultural"!

O Senado promove grande debate com juristas renomados, parlamentares e autores sobre Direito Autoral e Jornalismo na Internet e Cultura Brasileira, Arte e Soberania Nacional.
Encerramento: pocketshow com Leo Jaime

Dia: 11 de maio, a partir das 14h30 no Interlegis, Senado Federal

Parceiros: Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Associação Nacional de Jornais (ANJ)

Todas as informações pelo site : http://www.senado.gov.br/comunica/cultura

Inscrições: enviem um e-mail para srpeventos@senado.gov.br ou pelo tel.: (61) 3303-1133

Curso de extensão gratuito!

O Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) convida-o a participar do curso FUNDAMENTOS DA INTEGRAÇÃO REGIONAL: O MERCOSUL, na modalidade a distância, com tutoria. As pré-matrículas já podem ser feitas emwww.senado.gov.br/sf/senado/ilb/asp/ED_Cursos.asp.

Os candidatos selecionados receberão confirmação por e-mail até o dia 18/05/2010.

Lembramos que a partir de 2010, o ILB passa a utilizar, em seus cursos a distância, o ambiente virtual de aprendizagem TRILHAS.

Esperamos que fique satisfeito com a nova plataforma e os cursos oferecidos, mas contamos com suas sugestões para aperfeiçoar o nosso trabalho.

Equipe de Educação a Distância do ILB
ilbead@senado.gov.br
Senado Federal

05 maio 2010

Mais sucessão presidencial!

Saída de Ciro favorece Serra, mas só no início


"O eventual crescimento do candidato do PSDB, com a transferência de votos num primeiro momento da maioria dos eleitores de Ciro, decorrerá, de um lado, da desinformação do eleitor sobre a candidata oficial, e, de outro, do fato de o nome de Serra ser mais familiar ao eleitor", raciocina Queiroz

Por Antônio Augusto de Queiroz*

O PT e o presidente Lula irão precisar de nervos de aço nos próximos meses, especialmente em maio, quando a tendência é que José Serra, beneficiado pela saída de Ciro, alargue sua vantagem nas pesquisas sobre Dilma.

Será um período de transição de um a dois meses, mas logo a candidata do PT voltará a crescer.

O eventual crescimento do candidato do PSDB, com a transferência de votos num primeiro momento da maioria dos eleitores de Ciro, decorrerá, de um lado, da desinformação do eleitor sobre a candidata oficial, e, de outro, do fato de o nome de Serra ser mais familiar ao eleitor. Ou seja, boa parte dos eleitores de Ciro, por não saberem que Serra é do PSDB nem que Dilma é a candidata de Lula, optarão pelo nome mais conhecido.

De fato, José Serra tem o nome mais conhecido e exposição positiva na mídia. Ele disputou a eleição presidencial em 2002, foi prefeito, governador, deputado federal e senador, enquanto Dilma só ganhou visibilidade no Governo Lula e, com mais exposição, quando assumiu a chefia da Casa Civil, com a saída de José Dirceu em junho de 2005.

Nesse período, o fundamental para os aliados de Dilma é segurar a ansiedade, gerenciar expectativas, e controlar o salto alto do presidente, que precisa ser mais humilde, inclusive para que seu partido, o PT, também o seja.

Se não forem prudentes, poderão colocar a eleição de Dilma em risco, porque a pressão psicológica será grande, com o crescimento do principal adversário nas pesquisas em maio e talvez em junho.

A explicação para o provável crescimento de Serra é razoavelmente simples. Segundo a última pesquisa Ibope, quando o nome de Ciro era excluído da lista de candidatos, a migração de seus votos para Dilma era de apenas 33%, enquanto para Serra era de 44%. Pela pesquisa Sensus, a migração era de somente 16% para Dilma e 41% para Serra.

Aqui cabe um parêntese para uma explicação. Como o PSDB acusou a pesquisa Sensus de manipular dados, vai voltar à carga nas próximas pesquisas dizendo que tinha razão, já que a diferença entre a última e a próxima pesquisa Sensus será grande. Mas isso será explicado pela transferência de voto do eleitor de Ciro para Serra que, pela pesquisa Sensus, previa 41% contra apenas 16% para Dilma.

O segundo aspecto, da desinformação do eleitor, possui dupla dimensão. A primeira diz respeito ao eleitor de Ciro, que, segundo o Datafolha, mais de 1/3 estão concentrados no Nordeste, sendo 16% do total só no estado do Ceará, que é governado por seu irmão, Cid Gomes (PSB).

Ora, se Cid e Ciro apóiam Dilma, e Dilma é candidata de Lula, que é recordista de apoio no estado, como explicar que o eleitor dos dois primeiros votem em Serra, adversário político deles e do presidente Lula? Só a desinformação justifica. E isso pode ser e, certamente, será corrigido ao longo da campanha.

Uma informação relevante da última pesquisa Vox Populi, feita considerando a hipótese de Ciro fora da disputa, é que quando os eleitores sabem que Dilma é a candidata de Lula, ela ganha de Serra por 47% a 34% entre os eleitores do sexo masculino e de 42% a 33% entre as mulheres.

Como, sem esta informação (Dilma candidata de Lula), Serra está à frente em todas as pesquisas - considerando ou não a candidatura Ciro - a conclusão que se chega é que o problema é de desinformação. Estima-se que mais de 40% do eleitorado não sabem que Dilma é a candidata de Lula.

Eventuais oscilações favoráveis a Serra nas próximas pesquisas não podem ser vistas como algo definitivo. Portanto, não devem ser motivo de euforia do PSDB nem de desespero do PT. Os resultados dessas pesquisas podem, e tendem a ser, provisórios, já que poderão ser alterados quando corrigida a assimetria de informação entre os eleitores, o que será feito ao longo da campanha.

Assim, é preciso administrar as expectativas e ansiedades. O momento é de transição. E, nesses momentos, a prudência, o equilíbrio, e a humildade são os melhores conselheiros. A eleição só será decidida em outubro ou, se houver segundo turno, em novembro. Até lá, nervos de aço!

(*) Jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap