1. Acho que não podemos descontextualizar a entrevista do Delgado, que falava ainda sob os efeitos do Mensalão;
2. Ás vezes, o Delgado confunde análise de observador com análise de torcedor. Mas há coisas muito pertinentes;
3. É claro que a "doutrina" do contrismo existe. Vamos lá em Durverger: "partidos carregam no seu DNA as características presentes no seu nascimento". O PT nasceu de movimentos anti-sistêmicos. Portanto, mesmo tendo sido maturado por 22 anos de atividade parlamentar e experiências em governos locais, é compreensível que o partido tenha lá os seus complexos e tenha tido dificuldade de se colocar como governo (tanto isso é verdade que uma parte do PT abandonou o barco);
4. Como parte do seu DNA anti-sistêmico, o PT desenvolveu um discurso de refundação do país, assim como aconteceu em outros países onde setores identificados com agendas populares ascenderam ao poder, como Bolívia, Venezuela e Equador;
5. A diferença é que, nesses casos, o países foram até as últimas consequências, inaugurando novas constituições;
6. No caso do PT, ele é a prova de que as organizações aprendem. Os 22 anos de jogo parlamentar ensinaram ao partido (e Lula em especial) a jogar conforme as regras e a optar por mudanças a partir de uma estratégia incremental (ao contrário dos vizinhos, que optaram por rupturas institucionais);
7. Ou seja, O PT possui o discurso da refundação. Mas é pragmático o suficiente para agir pela via mais compatível com a continuidade institucional (agindo de forma incremental);
8. Achei que a Dilma romperia com esse modelo e partiria novamente para as grandes reformas;
9. Tá certo que ainda é cedo para cravar (afinal, ainda não há novo congresso). Mas vejo sinais de que a agenda de reformas será mais tímida. E dá-lhe modelo incremental!
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