20 julho 2009

O problema da transferência de votos!

O cientista político Leonardo Barreto não considera a transferência de votos como fator determinante nas eleições para que um candidato, desconhecido ou não pela população, seja eleito. No entanto, Barreto diz que não se pode subestimar essa tese. "Não existe uma posição muito forte sobre o potencial do poder de transferência de voto. Na Ciência Política, a gente nunca conseguiu desvendar essa questão. Mas não se pode descartar esse assunto." 

Nas eleições de 2008 o resultado nas urnas colocou em xeque a transferência de votos em alguns Estados, como São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Mesmo com o apoio do governador Alcides Rodrigues (PP), o ex-candidato a prefeito de Goiânia deputado federal Sandes Júnior (PP) não conseguiu vencer Iris Rezende (PMDB) - que foi reeleito. A tese também não funcionou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - recordista de aprovação popular em pesquisas -, que não foi capaz de assegurar a vitória de Marta Suplicy para a Prefeitura de São Paulo.  Porém, nas eleições de 2006, a crença foi reforçada com a vitória do governador Alcides Rodrigues (PP). Na época, o pepista contou com o apoio da máquina administrativa estadual por meio do governo de Marconi Perillo (PSDB), que estava com alto índice de aprovação. 

Baseado na enquete realizada pelo DM, o cientista político afirma que de 10% a 15% dos eleitores ainda levam em conta a posição do político para escolher o candidato indicado por ele. O poder de transferência de votos favorável ao presidente Lula é um exemplo. "Os eleitores sempre procuram um grau de referência entre o candidato e o atual governo. Lula é um cabo eleitoral que tem poder de interferência, mas não pode significar uma transferência de votos", diz Barreto.  Ele explica que é preciso levar em consideração o que o eleitor pensa no período eleitoral. "Geralmente, o candidato tem condições de vencer se o governo que o apoia é bem avaliado." Por outro lado, se o mandatário tem alto índice de rejeição, a tendência é que a eleição seja dominada pelo desejo de mudança e não de continuidade.

Publicado no Jornal Diário da Manhã - Goiânia - GO.

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