Trechos extraídos do artigo de Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, publicado na edição de hoje do Correio Braziliense.
1. O momento no qual é realizada a pesquisa influencia decisivamente seu resultado. Portanto, as intenções de voto tornam-se “incompreensíveis se não a contextualizarmos no tempo”;
Dito isso, é preciso considerar que as pesquisas que estão sendo divulgadas atualmente são realizadas em um período pré-eleitoral. Ou seja, há algumas limitações importantes que não podem deixar de ser consideradas. Por exemplo:
2. “Toda vez que se faz a clássica pergunta SE AS ELEIÇÕES FOSSEM HOJE E OS CANDIDATOS FOSSEM ESSES, EM QUEM VOCÊ VOTARIA?, convidamos o eleitor a raciocinar com duas coisas que não são verdade. Em primeiro lugar, a eleição não é hoje. Em segundo, ninguém garante que a lista apresentada à pessoa corresponde à que ela irá encontrar na urna”. Ou seja, a pessoa pode votar descompromissada. Além disso, o pesquisador colhe uma pergunta irrefletida, pois as pessoas deixam para tomar essa decisão apenas quando são cobradas para isso, no período eleitoral;
3. “O fato é que, na altura que estamos do processo sucessório, dificilmente chegaríamos a um terço do eleitorado com alguma convicção sobre como votará no ano que vem”;
4. Outro problema é que o nível de informação do eleitor médio sobre os candidatos vai mudar muito. Isso causa uma variação forte das preferências que as pesquisas simplesmente não têm como prever. Nesse caso, os pesquisadores acabam se tornando refém dos acontecimentos;
Conclusão: antes de tirar conclusões sobre uma pesquisa, é importante ter claro suas limitações e o tipo de informação que ela pode oferecer.
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