A crise política não significa que Brasília fracassou como projeto ético e evolutivo. Ela apenas não é uma cidade pronta. No entanto, precisamos resistir à tentação autoritária de acabar com a Câmara Legislativa e voltar à era dos governadores indicados.A rede de cortesãos montada em torno do Palácio do Buriti não é fruto da democracia. Pelo contrário. São ecos do tempo em que os governantes não eram eleitos pela sociedade.
Fechar a Câmara eliminaria a porosidade do poder. Sem esse canal institucional, restaria aos eleitores somente a antesala de espera do governador. Seríamos todos reféns de batalhões de assessores. Para sairmos da crise política não devemos buscar o fim da democracia, mas seu aprofundamento. É preciso entender que os erros e acertos fazem parte de um longo, porém inevitável, processo de aprendizagem política ao qual todas as grandes civilizações têm que se submeter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário