30 setembro 2009

Experimentalismo democrático!

Hoje pela manhã, a CBN nacional veiculou uma entrevista com o presidente da associação comercial de Porto de Galinhas, destino turístico do litoral sul de Pernambuco, sobre a vontade da população local de emancipar a vila e ganhar status de município (atualmente, Porto de Galinhas é um bairro da cidade de Ipojuca).

Até aí, nenhuma novidade. Entretanto, a criação da nova cidade é acompanhada de uma proposta inusitada: os vereadores trabalhariam voluntariamente! O fato merece destaque, pois é um sinal do desenvolvimento de um cultura política cívica e democrática no país.

Sem querer, o entrevistado (que não me lembro o nome, mas vou procurar...) lançou duas questões interessantes. A primeira é a autonomia dos municípios para adotarem as formas administrativas que desejarem. Atualmente, essa possibilidade não existe. No caso de Porto de Galinhas, a constituição federal vedaria a iniciativa. Será que não seria o caso de revisar a Carta Magna para conferir mais independência aos municípios, permitindo uma criatividade administrativa e um experimentalismo democrático maior?

A segunda questão se refere ao trabalho do vereador. Não se trata de questionar sua importância para a administração municipal, mas dos métodos de escolha dos ocupantes do legislativo local e do seu custo. Por exemplo, por quê não criar a figura do vereador voluntário e escolhido por sorteio? Sabemos que o nível de complexidade dos problemas enfrentados pelas pequenas cidades brasileiras não é tão alto. Também sabemos que existem milhares de pessoas bem intencionadas e bem preparadas, dispostas a ajudar, mas que não topam ou não possuem condições financeiras para enfrentarem uma eleição. Portanto, o sorteio seria uma ótima opção para poder renovar as câmaras locais com baixíssimo custo.

São idéias que temos obrigação de ter. O que vocês acham?

28 setembro 2009

Entrevista com Ben Self, um dos responsáveis pela campanha eletrônica de Obama!

Trechos de uma entrevista publicada originalmente no portal TERRA. 

Você tem diploma do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e é, na realidade, um especialista em tecnologia. Como se envolveu com campanhas políticas?

O meu background é em ciência da computação e tenho diplomas de graduação e pós-graduação do MIT. Depois de me formar, trabalhei por muitos anos como especialista em tecnologia para bancos, seguradoras e grupos afins. Em 2003, me mudei para o Estado de Vermont para trabalhar na campanha presidencial de Howard Dean. Após isso, eu e três colegas fundamos a Blue State Digital, uma empresa especializada em tecnologia e política. Agora, somos uma empresa internacional com mais de 100 funcionários no mundo inteiro e servimos centenas de clientes.

Você acha que, atualmente, a internet é uma ferramenta fundamental para uma campanha eleitoral ter sucesso?

Não existe um candidato que pense em lançar uma campanha sem usar a internet. É a marca de um candidato sério, bem como uma ferramenta importante. Sem ela, é como participar de uma batalha sem ter uma arma. Como você poderia fazer isso? Portanto, acho que é importante que os candidatos usem a internet para que tenham uma campanha eficaz.

Você foi contratado pelo PT?

Sim, estamos trabalhando com o partido.

Quando a campanha de Dilma Rousseff deve ter início na internet?
Não vou discutir a estratégia em geral. Não seria inteligente fazer isso neste momento. 

No Brasil, as pessoas não têm tanto acesso a computadores quanto nos EUA. Uma campanha com base na internet seria ainda assim eficiente?

Claro que sim. Há milhões de pessoas no Brasil - acho que cerca de 60 milhões de pessoas - que têm acesso à internet. E quando você usa a internet, ela não é usada somente para convencer as pessoas, mas para incentivar quem apoia o candidato a ajudá-lo a ganhar a eleição. Mesmo se nem todas as pessoas têm acesso à internet, você pode usá-la para localizar seus simpatizantes que podem, então, falar com as pessoas que não têm acesso à internet. Tem mais a ver com engajar as pessoas do que com convencer as pessoas.

Você acha que será preciso que fique baseado no Brasil para conduzir a campanha ou pode fazer isso dos EUA?

Isso ainda tem de ser determinado. Eu certamente gostei da minha estada no Brasil e retornarei ao país em algumas semanas.

Será preciso adaptar suas técnicas de campanha à realidade brasileira?
Trabalhamos com diversos países. Cada um tem tópicos diferentes que devem ser empregados. Mas os aspectos básicos, como desenvolver relacionamentos transparentes e verdadeiros com as pessoas, fazem parte da natureza humana. Eles são iguais em todos os lugares.

25 setembro 2009

Ainda sobre política e internet...!

Análise rápida...

Dados do PNAD divulgados nessa semana pelo IBGE mostram que 45% das casas do DF contam com acesso à internet (a média nacional é de 23%).

Para os candidatos que desejam utilizar a rede para fazer campanha eleitoral, essa é uma ótima notícia. Há um volume bom de eleitores conectados, número suficiente para compensar o investimento.

Entretanto, é bom ressaltar que ainda não existe um caso de sucesso no que se refere ao uso da internet nas campanhas brasileiras no qual candidatos e candidatas possam se espelhar. Mesmo o caso Obama não pode ser considerado uma referência (lá a internet serviu essencialmente para arrecadar recursos).

É preciso entender profundamente características da rede e dos internautas para fazer um bom trabalho: interatividade, atualização constante e rápida dos conteúdos, informações curtas e objetivas, layouts atraentes, etc... . 

Ou seja, é bom começar a buscar as pesquisas sobre hábitos dos internautas...
 

24 setembro 2009

Nova geração de partidos políticos!

Análise rápida...

O jornal El País publicou matéria interessante sobre política e internet com foco sobre os movimentos políticos que surgiram a partir das inovações trazidas pela rede. 

Um dos mais interessantes é a formação dos PARTIDOS PIRATAS, agremiações políticas que disputam eleições e lutam especialmente por uma nova legislação sobre a liberação de direitos autorais de material veiculado na internet. Algo como "free download"... 

Esses partidos nasceram em vários países europeus, já ganharam uma cadeira no parlamento sueco e reuniram 20.000 pessoas em uma praça pública na Alemanha (veja o cartaz).

A pergunta é: a crise das ideologias políticas e o avanço brutal da globalização e de novas formas de interação social trará uma nova geração de partidos políticos? Parece que sim... suas novas características até aqui são a defesa de temas como conservação ambiental, regulação da internet, interação à partir da rede e caráter transnacional. 

22 setembro 2009

Instabilidade eleitoral...

Análise rápida...

A pesquisa CNI/IBOPE divulgada hoje mostra que o clima eleitoral ainda não contaminou a população, como mostra a volatilidade dos índices de intenção de voto. Não há posições consolidadas e os indicadores dos pré-candidatos variam muito, dependendo do leque de opções que lhes são apresentados. 

A intenção de votos em Ciro Gomes, por exemplo, vai de 14% a 28 %, dependendo de quem concorre pelo PSDB (Serra e Aécio, respectivamente).
  
O contrário acontece no DF. Existe forte polarização entre Arruda e Roriz (um empate técnico em torno de 40%). Os indicadores dos dois não mudam quando os nomes da esquerda são apresentados (Magela ou Agnelo).   

É fácil perceber que a eleição presidencial ainda não está na ordem do dia das pessoas. Portanto, a principal informação que elas apontam é o nível de memória que os brasileiros possuem dos principais nomes à disposição no mercado político.

Memória é condição necessária para impulsionar uma candidatura. Mas não é condição suficiente. Por isso, o quê essas pesquisa medem é viabilidade político/eleitoral dos nomes apresentados. Com o início da campanha, a história passa a ser outra... 

21 setembro 2009

Infidelidade partidária ganha força!

Análise rápida...

A fidelidade partidária imposta pelo TSE engessou o sist. partidário brasileiro. O troca-troca de siglas, que era comum antes da justiça decretar sua ilegalidade, acabou e a promessa feita por alguns deputados e senadores de criarem uma "janela" para que fosse feito um reajuste antes das eleições de 2010 não aconteceu.


Entretanto, vários parlamentares resolveram arriscarem-se e a movimentação está intensa nos diretórios partidários.


A aposta feita pelos "infiéis" é sustentanda em três idéias: i) a jurisprudência da justiça eleitoral tem sido muito favorável ao troca-troca; ii) é posssível que a justiça não resolva tantos casos em tempo hábil e iii) os presidentes de vários partidos estão desistindo de brigar por essas vagas, o quê mobiliza recursos (principalmente, honorários de advogados).


Estima-se que entre 40 e 50 deputados federais possam mudar de time. Entre deputados estauais, esse número é muito maior.


A verdade é que a decisão da fidelidade, por mais simpática que possa parecer, criou uma situação fictícia e irreal para os padrões da política brasileira. O resultado inevitável é essa tensão absoluta entre parlamentares e suas legendas. Além disso, a temporada de trocas colocará a solidez da fidelidade dp TSE em questão... Vale a pena observar como será a reação da justiça!

18 setembro 2009

Pesquisa presidencial (Rio de Janeiro)!

Pesquisa GPP em setembro/2009 com 1.600 entrevistas em todo o Estado do Rio.
                             
Presidente 1:  Serra 26,3% \ Ciro Gomes 18,4% \ Heloísa Helena 14,5% \ Dilma Rousseff 10% \ Marina Silva 8,4%.
                    
Presidente 2:  Serra 28,4% \ Ciro Gomes 22,3% \  Marina Silva 11,8%  \ Dilma Rousseff 11,6%. 

Análise rápida

Deve-se lembrar que o estado do Rio é o principal reduto do PV, que tem Gabeira como principal destaque. Talvez, esse fato explique o desempenho excepcional de Marina. 

Essa é a apenas uma das pesquisas que mostra a estagnação de Dilma. O que isso significa? Por enquanto, nada. Deve-se lembrar que ainda não existe campanha, apenas avaliação do nível de disseminação do seu nome. Entretanto, nos bastidores, esses dados servem para criar um clima de guerra e desconfiança contra Dilma. Ótima oportunidade para observarmos o grau de consolidação da pré-candidata entre seus próprios aliados. Se muitas rachaduras surgirem, a situação pode exigir intervenção direta de Lula.

A ministra espera que a melhora recente da economia implique também no aumento dos seus indicadores. No ano passado, afirmei que o fator mais importante para a eleição de 2010 era o desenrolar da crise internacional. Nesse momento, o vento é favorável à nau petista.  

16 setembro 2009

Avaliação dos brasileiros sobre a corrupção!


Análise rápida

Pesquisa feita pelo Vox Populi (sob encomenda de professores da UFMG) avaliou a percepção dos brasileiros sobre o estado da corrupção. As conclusões mais importantes são:

1.     Quanto maior a renda, maior a percepção sobre o problema e os escândalos de corrupção;

2.     Mais de 70% das pessoas acredita que a corrupção é um problema grave;

3.     A percepção de que a polícia federal tem cometido abusos no combate à corrupção é de 51%;

4.     A população NÃO acredita que a corrupção aumentou no governo Lula, apenas que a investigação passou a ser mais rigorosa.

Ou seja, o combate à corrupção tem todos os elementos para permear a campanha eleitoral do ano que vem. No entanto, não pode ser apropriada por nenhum partido (como o PT fez nas campanhas pré-Lula ou como Alkmin fez em 2006).

A pesquisa completa está na revista Carta Capital dessa semana.

15 setembro 2009

Crise dos partidos na Alemanha!


(El País, 13/09) 1. Nos anos 80, CDU e SPD somavam 80% dos votos. Hoje, apenas 60%. A CDU (União Democrata Cristã de Merkel), favorita nas pesquisas para 27/09, enfrenta o mesmo problema que a SPD (Partido Socialista Democrático): o crescimento dos liberais do FDP (liberal-democratas), dos verdes e da esquerda, o que inviabiliza, sozinhos, o controle do parlamento.
              
2. Programas Eleitorais: CDU: progressiva redução dos impostos. Seus parceiros liberais do FDP propõem um corte mais acentuado. CDU propõe postergar em mais 15 anos a proibição de usinas elétricas nucleares. Alemanha tem 17 usinas. \  SPD: Propõe leve redução aos de renda menor e aumento aos de renda maior e criar um imposto a transações financeiras. Promete converter o país em um Silicon Valley de tecnologias verdes e apoiar a indústria alemã, assim como fazer reformas na saúde e educação.
              
3. O voto é misto e duplo (distrital e em listas). A hipótese de uma grande coalizão outra vez volta a ser falada (CDU-SPD). Se CDU+FDP não alcançarem a maioria, há duas fórmulas com possibilidades: a Semáforo e a Jamaica. A Semáforo agrega o vermelho do SPD, o verde ecologista e o amarelo liberal. A Jamaica, bandeira do país, agrega o preto do CDU, junto ao amarelo liberal e ao verde. A frente de esquerda SPD, Esquerda e Verdes, aparece como ameaça, mas a presença no partido Esquerda do ex-SPD Oskar Lafontaine e dos ex-comunista do lado oriental a inviabiliza.

Informações retiradas do blog do César Maia (www.cesarmaia.com.br)

14 setembro 2009

O adiamento da discussão do pré-sal no Congresso...

 Análise rápida (por André Jácomo, estudante de Ciência Política da UnB)

Estou de acordo com a análise quanto ao posicionamento do Congresso em relação à questão dos royalties do pré-sal: quando o assunto envolve repasse de dinheiro da União aos estados e municípios, o comportamento partidário é colocado em segundo plano.
 
Outro ponto importante: os estados produtores (São Paulo, Rio de Janeiro e Espiríto Santo) representam aproximadamente 26% da Câmara dos Deputados. O suficiente para configurar como um forte componente de poder dentro da casa. A negociação dos royalties traria muito desgaste ao governo Lula, ainda mais em período pré-eleitoral.
 
Nesse sentido, o relator do projeto do sistema de partilha, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) incluirá em seu parecer que a discussão sobre a distribuição dos royalties só chegue ao Congresso a partir de 2011.

Ao meu ver, o adiamento desta discussão é boa tanto para a base governista quanto para a oposição, pois evita que o governo Lula tenha um elevado desgaste político com um grupo representativo de parlamentares há menos de um ano antes das eleições, ao mesmo tempo em que Serra fica blindado de "puxar" o debate e se desgastar com os estados que não são produtores, ou seja, a maioria e fortalecer alianças políticas nestes estados.
 
Obrigado, André!

10 setembro 2009

Época de reformar a "casa"...

Análise rápida...

Outubro se aproxima e trás com ele alguns pacotes de mudança nas regras políticas. O congresso se apressa para aprovar tudo antes do dia 4, prazo limite para alterar a legislação aplicável ao pleito de 2010.

De maneira geral, o eleitor não deve sentir muita diferença na hora de votar. A medida mais perceptível será a exigência de apresentação de documento com foto na seção eleitoral.

O que chama mais atenção é a tentativa de regulamentar o uso da internet. O dep. Flávio Dino (PCdoB-MA), relator do projeto na Câmara, afirmou que essa é uma tarefa muito difícil e que a proposta tenta controlar apenas 1% de todo o universo virtual.

 O problema é que o projeto afeta justamente os veículos mais poderosos: portais gigantescos de notícias e informações que compõem parte significativa da grande mídia, aplicando-lhes as mesmas regras que existem para regular TV, rádio e imprensa escrita.

É claro que os grandes veículos não gostaram e vão fazer muito barulho.

Outro setor que começa a ser regulado é o das pesquisas eleitorais. Proposta do senador Crivella (PRB-RJ), aprovada ontem obriga essas empresas a utilizarem os dados estatísticos/populacionais/demográficos divulgados pelo IBGE para poderem calcular suas amostras (alguns preferem utilizar o TSE ou órgãos estaduais de estatística).

O setor de pesquisas precisa muito ser regulamentado. Atualmente, há pesquisa para todos os gostos e humores, vários casos de manipulação de resultados e trabalhos mal feitos para favorecer um ou outro candidato, pautado na expectativa de que pesquisa muda voto.

Entretanto, não sei se obrigar os pesquisadores a utilizar o banco de dados do IBGE é o remédio mais indicado... Por exemplo, no caso do DF, o banco de dados mais apurado é o da CODEPLAN...

Por fim, me surpreendeu o fato da “janela partidária” que permitiria aos parlamentares trocarem de legenda para se reposicionarem para as eleições de 2010 sem risco de perderem seus mandatos não ter sido aberta. Para mim, essa era uma aposta certa. Errei. Prova de quê: 1) os parlamentares ficaram receosos quanto ao peso da opinião pública e 2) os líderes partidários e presidentes de legenda gostaram da medida...

09 setembro 2009

Conheça os candidatos à presidência da Bolívia (clique para ampliar)!


Quem desejar entender um pouco mais da história eleitoral boliviana, vale a pena assistir ao documentário CRISE É O NOSSO NEGÓCIO, de Rachel Boyton...

08 setembro 2009

Pré-sal, acordo Brasil/França e algumas lições sobre o funcionamento do poder...

Análise Rápida

A pauta da semana deve ser tomada pelas discussões sobre o acordo militar Brasil-França e sobre o marco regulatório do pré-sal. Ambos os assuntos estão intimamente interligados e expõem aspectos importantes sobre o funcionamento das organizações de poder no Brasil.

Em primeiro lugar, destaca-se a fragilidade do Congresso Nacional. Os parlamentares praticamente não opinaram sobre as compras de armamento francês. Pelo contrário, permaneceram tão marginalizados quanto no período dos governos militares.

Outro aspecto foi o pronunciamento dado por Lula sobre o pré-sal no domingo. O presidente expôs o modelo desenhado pelo Executivo como um fato consumado, dando a impressão de que os projetos de lei enviados pelo Congresso estivessem lá apenas para serem referendados. O discurso foi compatível com o requerimento de urgência feito ao parlamento para que o marco regulatório seja discutido e aprovado em apenas 90 dias.

Em segundo lugar, o pré-sal está sendo utilizado para justificar os investimentos militares e deu vazão a um discurso com forte conteúdo nacionalista que pode, inclusive, dar o tom da próxima campanha presidencial: nacionalistas (chapa do governo) X entreguistas (PSDB, que conduziu as privatizações e concebeu o modelo de exploração de petróleo que está sendo superado nesse momento).

Em terceiro lugar o acordo militar poderá repercutir fortemente entre os vizinhos do continente, sempre receosos sobre o nascimento do “imperialismo brasileiro”. O ministério das Relações Exteriores terá um trabalho imenso detalhando esse plano, especialmente para os parceiros do MERCOSUL.

Por fim, a disputa dos royalties da exploração do petróleo pode criar um conflito aberto entre os estados (produtores X não produtores). A briga tem potencial para comprometer a dimensão federativa do parlamento. Com brigas entre bancadas, a divisão partidária passará a influenciar menos o comportamento de deputados e senadores, criando um discussão muito parecida com aquela que envolve a reforma tributária (produtores X consumidores).   

03 setembro 2009

Por quê Lula quer o PMDB?

Análise rápida...

Há muitas dificuldades para conciliar PMDB e PT em uma chapa única para a eleição presidencial de 2010: desgaste de uma aliança com políticos tradicionais, dificuldade de construção de chapas em vários estados, prováveis traições (veladas e explícitas), etc...

Mesmo assim, Lula insiste. O motivo? O tempo de TV que cabe ao PMDB, cerca de 3 minutos e 12 segundos. Somando com o tempo reservado ao PT, a chapa chegaria perto dos 7 minutos... uma eternidade!

O plano “A” de Lula é se apropriar desse “latifúndio”televisivo. O plano “B” é evitar que ele caia nas mãos da oposição (PSDB). Para isso, caso uma aliança com o PT seja impossível, tentaria, pelo menos, que o PMDB não se coligasse com ninguém nem lançasse candidato próprio.

Oportunidade!


A Fundação João Pinheiro está realizando pré-qualificação de candidatos a 10 vagas no cargo de Gestor de Ensino e Pesquisa.

 

Podem se candidatar portadores do título de doutor nas áreas de Ciências Humanas (Ciência Política e Sociologia), Ciências Sociais Aplicadas (Administração Pública, Demografia, Economia e Planejamento Urbano e Regional), Estatística e áreas afins. A remuneração é de R$ 7.000,00 (sete mil reais) e o cargo é de recrutamento amplo. pré-qualificação se baseará em análise de curriculum vitae, a ser realizada por um comitê de especialistas nas áreas mencionadas. 

02 setembro 2009

Um mal que não possui coloração ideológica...

Análise Rápida...

O congresso colombiano aprovou projeto de lei que permite a realização de um plebiscito para decidir se o atual presidente de centro-direita Álvaro Uribe poderá ou não concorrer a um terceiro mandato em 2010. 

Duas coisas chamam a atenção:

1) A imprensa brasileira está totalmente reticente em cobrir o evento, afinal, terá que colocá-lo ao mesmo lado de Chávez e companhia...

2) A reeleição de Uribe mostra a fragilidade institucional da região. Nos últimos anos, Venezuela, Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Brasil (reeleição em 1998) e Honduras tiveram problemas com projetos personalistas de continuidade. 

Enquanto em alguns países a questão da continuidade administrativa está ligada à sucessão entre pessoas do mesmo partido, por aqui o prolongamento de um projeto está ligado à perpetuação de pessoas no poder. 

Esse é o problema de não termos partidos institucionalizados em torno de políticas públicas... 

01 setembro 2009

Dados interessantes sobre o eleitorado do DF!

O Distrito Federal é o berço das decisões políticas e o centro de maior fluxo político do país. O eleitorado brasiliense cresceu e, consequentemente, também o número de emissão de títulos de eleitor. Dados da Assessoria de Planejamento do Tribunal Regional Eleitoral do DF indicam um aumento uniforme no eleitorado do DF, nos últimos anos. 

O público jovem do DF tem exercido seu poder de votar. Nas eleições de 2002 e 2006, cerca de 80% dos jovens entre 16 e 18 anos compareceram em cada um dos pleitos!. Na última eleição, eles representaram 65.513 votantes e apenas 9.634 se abstiveram de comparecer às urnas. O DF é a segunda unidade da federação com maior número de jovens eleitores; perde apenas para o Amapá. Lembrando que nessa faixa etária o voto é facultativo. 

Em 2007, o DF tinha quase 40 mil eleitores analfabetos. Com nível médio, eram mais de 300 mil, e de nível superior completo, 122 mil. Neste ano, os analfabetos diminuíram para 37.830 e de nível superior aumentaram para 136 mil. O número de seções para votação aumentou também. Os votantes, hoje, chegam a 1,7 milhão, e o Tribunal Eleitoral registrou 66.198 novos títulos. Hoje, a cidade tem 4.895 seções distribuídas em 534 locais de votação, entre as 21 zonais eleitorais. Ceilândia é a maior zona eleitoral, com quase 300 mil eleitores. O ideal estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral é que cada seção tenha 400 eleitores.
Fonte : Tribuna do Brasil