17 maio 2009

Preparativos para 2010!!


(Artigo publicado essa semana no site www.unb.br)

A campanha eleitoral para 2010 já começou. O movimento foi iniciado pelo presidente Lula ao indicar sua preferida. Em seguida, os partidos de oposição se mobilizaram e buscam seu próprio nome. No Distrito Federal, partidos e candidatos também se agitam, projetam cenários, seduzem aliados, prospectam eleitores.

Os prováveis pré-candidatos ao governo do Distrito Federal são José Roberto Arruda, Paulo Octávio, Geraldo Magela, Agnelo Queiroz, Arlete Sampaio, Cristovam Buarque e Joaquim Roriz. Todos são “pesos-pesados” da política distrital e o embate promete ser difícil para o atual governador.

Por um lado, Arruda está acuado pelo “fogo amigo”. Paulo Octávio é adversário declarado e possui um documento assinado pelos líderes do antigo PFL que garante sua vez em 2010. Para escapar dessa armadilha, Arruda precisa de um índice de aprovação tão confortável que permita a seguinte argumentação: “não troquemos o certo pelo duvidoso...”

Arruda também se defronta com a possibilidade de retorno triunfante do seu ex-padrinho político, Joaquim Roriz. O ex-governador possui um enorme patrimônio político, criado a partir de políticas sociais eleitoralmente exitosas. Se esse confronto acontecer, assistiremos a um pleito duro, caracterizado por uma disputa sobre a paternidade das políticas públicas mais populares.

O drama de Arruda é o seguinte: a manutenção das políticas sociais herdadas por Roriz mantiveram o ex-governador como recebedor dos seus dividendos eleitorais. Já as mudanças trazidas por Arruda (fiscalização, choque de ordem, educação integral, reorganização das forças de segurança e reforma administrativa) ainda não trouxeram o resultado político esperado. Vale lembrar que a última vez que tivemos uma eleição no estilo “progressitas X conservadores”, protagonizada por Cristovam e Roriz, venceu o lado mais tradicional...

A briga na “casa grande” pode abrir uma janela de oportunidade para a oposição. O PT terá candidato próprio, mas ainda não se sabe quem. Quem mais trabalhou até aqui foi Agnelo Queiroz. Mas suas intenções estão prejudicadas pelo fato de ele não ocupar nenhum cargo importante e estar fora da mídia. Magela seria a alternativa imediata. Do lado do PDT, Cristovam Buarque deverá decidir se arriscará uma reeleição certa para o Senado em troca de uma disputa complicada para o palácio do Buriti.

A disputa também é acirrada para o Senado. Considerando que Cristovam tente ficar onde está, sobraria apenas uma vaga. Há inúmeros candidatos se movimentando nos bastidores.

As eleições para a Câmara Federal e Câmara Distrital são as mais complicadas para os candidatos. As campanhas são personalizadas e contam com pouca ajuda dos partidos, em uma espécie de “salve-se quem puder” eleitoral. O principal problema é o excesso de candidatos. É praticamente impossível para o cidadão considerar todas as opções disponíveis, ainda mais levando em conta que o tempo de propaganda é insuficiente para que todos defendam suas idéias.

Nesse tipo de eleição, o cidadão não vai atrás de informação. Cabe exclusivamente ao candidato informar e persuadir seu público. Para tanto, o primeiro passo é massificar o nome por meio de aparições na mídia, anúncios pagos, trabalhos comunitários, etc. Por isso, é comum observarmos faixas e outdoors de pessoas homenageando as mães, as cidades, as categorias profissionais e outras datas importantes. Ultimamente, tem se tornado usual comprar horários nas grades de emissoras de TV para apresentar programas de cunho comunitário ou de entrevistas. Puro esforço para se tornar conhecido. 
Os deputados em exercício do mandato saem em vantagem. No caso da Câmara Distrital, por exemplo, os parlamentares possuem verba específica para imprimir material de divulgação e para manter escritórios/comitês em seus redutos eleitorais. Convenhamos, uma concorrência desleal.

A primavera da política está apenas começando e muita coisa deve acontecer até a oficialização do período eleitoral. O importante é estarmos preparados. Da mesma forma que o candidato antecipa seu esforço de campanha, é importante que o eleitor também comece a pensar e a ponderar sobre suas opções.

Os políticos não nascem no primeiro dia de campanha. Eles já estão entre nós. Temos é que prestar mais atenção e submetê-los a avaliações mais rigorosas, para podermos votar com consistência e segurança.

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