A filiação de Guilherme Leal, presidente da Natura, ao PV gerou especulações sobre a intenção de lançá-lo como vice na chapa presidencial de Marina Silva. A idéia pode vingar, dado que o papel do vice é complementar e compensar eventuais desconfianças e/ou falhas encontradas no candidato principal.
Acredita-se que o empresário serviria para acalmar setores que temem que Marina se comporte como uma “verde radical. Leal assumiria papel semelhante ao que José Alencar exercera para Lula em 2002. Naquela ocasião, Alencar representava a aliança entre o trabalho e o capital. Nesse caso, Leal sinalizaria a possibilidade de coexistência entre o conservacionismo ambiental e o desenvolvimento econômico.
Em um outro front, no sentido de fortalecer sua própria candidatura presidencial, Marina Silva defendeu ontem que o partido faça alianças estratégicas, mas que também lance candidaturas próprias na maior quantidade de estados possíveis.
A tática é semelhante à que foi utilizada pela ex-candidata à presidência pelo PSOL, Heloísa Helena. Por um lado, a Heloísa Helena conseguiu um desempenho pessoal excepcional, alcançando a terceira posição com quase 7% dos votos. Entretanto, houve um alto custo para o partido, que elegeu apenas três deputados estaduais e três deputados federais.
Nas eleições municipais subseqüentes, repetiu-se a tática da candidatura própria na maior quantidade de cidades que conseguisse. Novo fracasso. O PSOL não conquistou nenhuma prefeitura e elegeu apenas 25 vereadores em todo o país, quase decretando do fim do partido.
Nenhuma legenda pode ignorar o papel das coligações para seu sucesso e sobrevivência eleitoral. Caso o PV caminhe nessa direção, suas chances de crescimento no mercado político brasileiro diminuirão significativamente.
Um comentário:
Postar um comentário