16 fevereiro 2009

Entrevista do prof. David Fleischer


(Publicada no portal Terra, mas a foto foi retirada do G1)

Terra Magazine - A que atribui a vitória do presidente Chávez no referendo? Quando ele foi derrotado, em 2007, se dizia que era o início do declínio do chavismo... David Fleischer - É um paradoxo e uma certa ironia, mas pode ser por causa da crise econômica internacional, que realmente bateu forte na Venezuela com a redução do preço do petróleo. Pode ser essa uma das causas, paradoxalmente.

Qual deve ser o relacionamento com a oposição a partir de agora? Agora ele provavelmente vai pressionar todas as áreas de produção, empresas, estudantes para reduzir quase totalmente a articulação da oposição. Para a oposição, essa (a vitória de Chávez no referendo) é realmente uma notícia muito má.

Como fica o discurso da "implementação do socialismo" na Venezuela agora, em meio à crise e às reduções no preço do petróleo? Ele vai ter que decidir se vai investir mais dentro da Venezuela e cortar os investimentos lá fora, que são eminentemente políticos. Se ele fizer isso, vai reduzir a influência da Venezuela. Ele está comprometido com vários países onde tem investido dinheiro, mas para consolidar sua base eu acho que ele vai ter que investir mais dentro da Venezuela, principalmente para os mais pobres. É uma decisão política que ele vai ter que tomar.

E qual a perspectiva para a oposição? A perspectiva para a oposição seria esperar a próxima eleição, e ver se a influência dele (Chávez) vai minguar até lá ou não. Essa é a única perspectiva que a oposição tem, realmente.

O senhor acredita que o resultado do referendo pode incentivar outros presidentes a tentar o mesmo? Eu acho que sim. As perspectivas na Bolívia são positivas, eles poderiam tentar isso também. Principalmente porque o Evo Morales acabou de ganhar referendo sobre a nova constituição. O Rafael Corrêa também conseguiu aprovar uma nova constituição, e o Equador terá novas eleições em abril para (definir) um segundo mandato. É possível, mas isso vai depender muito do processo na Bolívia e no Equador.

Um comentário:

Unknown disse...
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