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O senador José Sarney assume a presidência do Senado Federal pela terceira vez. Sua eleição representa a vitória do establishment e o número votos obtidos demonstram a existência de verdadeiro consenso em torno do seu nome.
Para o Planalto, Sarney sempre representou uma alternativa segura. O presidente tem boa relação com Lula e pode ser definido como um aliado de primeira hora de uma possível aliança entre seu partido e o PT para a sucessão presidencial.
A eleição de Sarney também consolida a liderança de Renan Calheiros, grande responsável pela hegemonia do PMDB na direção do Congresso Nacional. Renan torna-se o principal interlocutor da base governista junto ao Planalto e será peça chave para a governabilidade, controlando a distribuição de cargos e outros recursos de poder entre os senadores.
Sarney chega à presidência sem assumir compromissos explícitos com qualquer reforma institucional, devendo se comportar de acordo com a conjuntura e articuladamente com o Planalto. A exceção deve ser alguma restrição moderada à capacidade do governo de emitir Medidas Provisórias, principal demanda apresentada pela Casa.
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