09 março 2009

Estratégia de comunicação política em tempos de desemprego


(O texto abaixo foi retirado do ex-blog do César Maia. O ex-prefeito do Rio tem como um dos seus temas preferidos o comportamento eleitoral e estratégias de comunicação política. Segue uma lição interessante àqueles que se interessam pelo assunto. Na minha opinião, faz muito sentido... O endereço do seu site é www.cesarmaia.com.br e a assinatura é gratuita.)

ELEIÇÕES E DESEMPREGO!

1. A resposta de Carville à sua equipe sobre como Clinton derrotar Bush-Pai em 92, "é a economia, estúpido", transformou-se em um slogan. De que forma a menor atividade econômica e a recessão impactam sobre a decisão do eleitor? Analisando várias eleições -e o caso mais flagrante foi a reeleição de Menem contra Bordón, na Argentina- quando a campanha de Bordón incorreu em um erro de comunicação, que percebido, passou a orientar outras situações semelhantes.

2. A comunicação em conjuntura de recessão não deve ser dirigida especialmente aos desempregados, seja por razões quantitativas, seja pela incompreensão que gera nos que estão empregados. A recessão e o desemprego criam um clima de insegurança e instabilidade naqueles que estão empregados, vendo seus colegas serem demitidos e lendo tantos casos na imprensa. O público alvo da comunicação devem ser os empregados. O que se fará para que eles não percam o emprego.

3. Esse público alvo, além de ser majoritário e de maior mobilidade e multiplicador do voto, seja no local de trabalho, como onde mora, vis a vis as próprias condições do desempregado, ainda é abrangente, incorporando os desempregados. Ao contrário não. É como se empregar os desempregados criasse mais insegurança para quem está empregado. Essa é a sensação que cria uma comunicação de alvo primário errado.

4. A crise atual e o desemprego serão temas de pré-campanhas e campanhas. Cabe afinar a comunicação de forma a atingir o público certo, os empregados e a partir destes, incorporar os desempregados. Sob pena de se criar mais incerteza ainda.

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